quarta-feira, 27 de abril de 2016

Linguagem digital no contexto escolar

Diante das novas formas de comunicação oferecidas pelas novas tecnologias; novos gêneros digitais vão surgindo, os chats, blogs, facebook, msn; é a chamada era digital. Para tanto faz-se importante conhecer e usar esses espaços e ferramentas na escola, visto que, os alunos estão inseridos nas mídias digitais diariamente.

A língua é dinâmica. Muda no tempo e no espaço. Novos gêneros sempre vão surgindo ao longo do tempo. Os textos digitais são mais interacionais, mais flexíveis, mais móveis, mais dinâmicos e podem ser conectados virtualmente em qualquer lugar por qualquer pessoa. São considerados não lineares, dando infinitas possibilidades de percurso para leitura conforme o interesse do leitor, um hipertexto.

As inovações da era digital atingiram também a escrita de certos gêneros como chats, orkut, msn e estendido para mensagens de celulares. Com a intenção de facilitar a redação da mensagem e garantir expressividade com o máximo de rapidez e emoção, usuários criam seus próprios códigos . O texto é abreviado e marcado pela oralidade e pelo uso de símbolos como pontos de exclamação e outros que são repetidos, bem como o uso de emotions. É uma conversa teclada e precisa de expressividade e instantaneidade.

O papel da escola é ensinar a aprender e para tanto ela deve acompanhar as transformações que estão se processando do lado de fora da sala de aula para enriquecer o processo ensino aprendizagem nos diferentes meios de comunicação. Saber fazer uso da língua é o principal meio de conquistarmos a cidadania. Para isso faz-se necessário sabermos usar tanto a língua culta falada e escrita, quanto reconhecer a forma não-padrão com suas variações.

Quanto às formas da língua, Mário Perini, no livro intitulado “Sofrendo a gramática”, discute e reconhece que existem duas línguas no Brasil, o português, língua escrita e o vernáculo, língua falada. Línguas muito parecidas, mas não idênticas. Porque ninguém fala como escreve. Observe um exemplo:
Escrevemos: Machuquei-me na quina da mesa.
E falamos: Me machuquei na quina da mesa.

Essa observação é uma pequena amostra de que falamos e escrevemos de modos diferentes e isso não acontece somente com pessoas de baixo nível de escolaridade, ocorre com pessoas letradas também, comprovado através de pesquisas já realizadas. Nesta observação podemos nos certificar daquilo que muito discutem os lingüistas, de que a escrita não é a transcrição da fala e vice e versa.

Com a era digital surgem muitos trabalhos criticando o uso de internetês, pois essa linguagem é vista como tentativa de depreciar a língua portuguesa. Há quem diga que a linguagem cifrada do sites de relacionamento acabam por causar confusão nos alunos que começam a usar este tipo de linguagem em outros contexto mais formais.

De acordo com os conceitos de Maria da Costa Val (1999),
o texto é uma unidade que se constrói, no aspecto sociocomunicativo, através de fatores pragmáticos (intencionalidade, aceitabilidade, situcionalidade, informatividade e intertextualidade); no aspecto semântico, através da coerência: e no aspecto formal, através da coesão.

A partir destes princípios é que escrevemos e falamos ou pelo menos deveríamos, pois as mensagens sempre buscam um destinatário. Se a escola continuar cobrando dos alunos textos sem sentido, ou seja somente para avaliação, então estamos infringindo estes princípios.

A linguagem digital atinge seus objetivos de comunicação dentro do contexto em que se realiza. O crescimento da comunicação entre pessoas nos sites de relacionamentos já faz parte da nossa cultura, que é construído e reconstruído ao longo do tempo.
ATIVIDADE NA SALA DE AULA:
É importante que na escola seja abordada a questão dos gêneros. Por isso, quando o professor for ensinar um texto como a carta, seria interessante abordar a questão do gênero e-mail que hoje é mais usado como meio de comunicação do que a carta. Não desfazendo e nem influenciando em relação à preferência de um ou de outro, mas, como vivemos em tempos em que não se pode negar o desenvolvimento tecnológico, é interessante que a escola se preocupar em formar cidadãos que saibam as diferenças e semelhanças entre estes dois gêneros e outros tantos que circulam na internet.

Pode-se trazer aos alunos o contexto de circulação, a estrutura destes gêneros, a linguagem usada, tipos de pessoas que costumam usar estes meios, etc. A partir disso pode analisar o nível de linguagem usada, se formal ou informal. Também é possível analisar um texto eletrônico par trabalhar analise linguística devido o grande uso dos pronomes pessoais nestes textos.
Carta: “é um gênero discursivo em que o autor do texto se dirige a um interlocutor específico, com o qual pretende estabelecer uma comunicação à distância” (ABAURRE, 2007, p.53).

Mensagem eletrônica: “é um gênero discurso que surgiu como advento da internet. Caracteriza-se por permite uma comunicação escrita muito rápida entre interlocutores conectados em uma rede virtual” (ABAURRE, 2007, p. 53).

Por meio destes dois gêneros é possível manter uma conversa por escrito. A diferença é que a carta é mais longa do que o e-mail e demora mais tempo até chegar ao seu interlocutor. O e-mail é mais breve e a cada dia cresce mais o numero de usuário deste meio eletrônico de comunicação que acabou tomando o espaço da carta enviada por correio. Pode-se constatar que a preferência por este meio de comunicação aumenta consideravelmente mesmo que o acesso a Internet ainda não está ao alcance de todos.

Para enfatizar a importância de conhecer diversos tipos de linguagem, principalmente, a digital e a necessidade acompanhar a evolução dela nos meios de comunicação se propõe assistir o filme “Central do Brasil” de Walter Salles no qual ´retratado o sofrimento das pessoas analfabetas. Neste sentido,se percebe que cada vez mais ser se torna importante ser uma pessoa letrada em nossa sociedade,é uma questão de sobrevivência.

Propor um debate:
Considerando alguns pontos como:
a) No vídeo o que se pode perceber em relação a importância dão leitura e da escrita na vida das pessoas;
b) Em que nível se encontra a exclusão no vídeo e na nossa sociedade;
c)Considerando o uso da internet atualmente , é possível aumentar a exclusão digital? Justifique. Comente.
d) O que podemos fazer para que a exclusão social não aumente, ou que possa ser amenizada e quem sabe não venha ocorrer no futuro? Comente.
e) Qual seu ponto de vista em relação às linguagens digitais? 
Fonte: http://usodalinguagem.blogspot.com.br/2010/06/linguagem-digital-no-contexto-escolar.html

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